[untitled]
Mas naquele dia ele chegou em casa berrando mais alto do que nunca, vomitando em todo o chão e quebrando tudo pelo caminho, e decidi que aquela história deveria ter um fim. Aquele drama todo deveria acabar, isso era certo, e se a justiça não agisse em meu favor, se os policiais continuassem a ignorar minhas queixas, eu mesma me vingaria. Mas deveria ser sutil, mesmo que isso fosse um pouco impossível visto que ele era muito barulhento, mas eu conseguiria, e quando ele entrou na cozinha me chamando de puta e ordenando algo pra comer (que eu sabia que não era comida) eu tomei a decisão final.
Tentei ignorar um pouco o quanto ele estava deplorável e levei-o para o quarto dele, deitei-o na cama e tirei seus sapatos, e observei-o enquanto ele caía no sono. Quando já estava roncando não tive como me impedir de ir até a cozinha e pegar a maior faca, voltei ao quarto e tentei calcular onde era seu coração. E, com toda força possível, atingi a faca na região. Porém, com a dor, ele acordou, imprestável, nem morrer direito ele sabe. Ele deu um grito e eu, como por reflexo, dei uma outra facada agora em seu estômago. Ele gritou de novo, estava sofrendo, e eu estava gostando de ouvir aquilo, por mais sádico e insensível que pareça, eu realmente estava gostando de ver aquele filho da puta que eu era obrigada a chamar de pai ensanguentado e cheio de dor. Instintivamente comecei um movimento de vai e vem com a faca por todo seu corpo, o sangue escorria pelo seu corpo e ele sangrava pela boca também, o lençol estava já vermelho e minha blusa já estava ficando manchada mas eu não conseguia me controlar, era instintivo e realmente desestressante, deviam usar isso em terapias . Logo ele parou de gritar e de se mexer, finalmente eu tinha tirado sua vida, me senti orgulhosa de ter feito aquilo com minhas próprias mãos. .
Sentei na cadeira ao lado da cama e fiquei observando seu corpo agora sem vida, o sangue escorria para o chão e a minha roupa toda estava manchada, eu ainda ouvia os gritos dele ecoando na minha cabeça e fechava os olhos não querendo nunca parar de ouvir. Eu finalmente tinha me libertado, agora nada me impediria de sair pelo mundo sem me preocupar, e agora que ele já não mais existia eu poderia ser eu mesma, e não a filha dele. Quis me livrar do corpo porém não sabia o que fazer com ele, então acabei deixando-o do jeito que estava. Me lavei no banheiro, troquei minhas roupas e desci as escadas. Saí de casa, montei em minha moto e saí correndo, sem rumo, sem responsabilidades, sem medo, sem nada. Do jeito que eu sempre quis, pois agora poderia conquistar tudo o que quisesse.